O Cálice Retornou! Os Cátaros retornaram! |
No ano 79 da era atual,
Vespasiano, imperador de Roma, adoeceu e morreu de causas naturais. No seu
leito de morte, delirante de febre, teve um curto sono do qual acordou
assustado, relatando um sonho profético:
A
Águia de Roma abandonava o ocidente na hora de seu maior desespero, e sumia
atrás de montanhas longínquas no Oriente, buscando o Sol que desaparecera,
deixando o mundo na escuridão, e a humanidade afogada em trevas. Vespasiano
soube, e profetizou, que a Águia retornaria, com o Sol em suas garras, dentro
de dois milênios. Logo após esta profecia, caiu exausto, e faleceu.
A
Águia retornou mais de uma vez, durante este tempo, com o signo solar sob suas
garras, mas o homem, acostumado às trevas, tremeu de horror ante a vista da
Luz, e rechaçou para longe a Águia, repetidas vezes. Havia se acostumado com a
submissão às potências da matéria, e cada vez mais se afastavam mais do
Verdadeiro Deus, cuja Luz bondosa permaneceria apenas como uma memória vaga e
difusa. Como resultado, as Trevas nunca abandonarão o olho do homem.
No
entanto, no final do final, quando não parece possível que a humanidade seja
ainda mais degradada e pervertida, uma nova profecia se ergue: a Águia de
Vespasiano retornará uma última vez, trazendo desta vez o Cálice, que reúne o
Sangue e o Espírito de Kristos Luz, e de todos os mártires que morreram em Seu
nome.
Este
retorno se dará quando um grande número de homens gritar de horror ao perceber
a obra terrível que o Demônio realizou entre os homens, auxiliado pela
cobertura da escuridão, e clamar a ajuda do Pai Celestial, o Deus Verdadeiro que nos criou na mais absoluta perfeição. Deste clamor, deste Grito
Espiritual en masse, virá o retorno
do Cálice.
Esta
página é dedicada ao estudo e prática do Catarismo, a Doutrina do Grito: do
grito de horror perante o terror, de estupefação perante a perversidade, de
rechaço à impureza, de hostilidade ao corrupto; grito hostil, resoluto e forte
contra a malícia e o mal, grito de agonia nostálgica, de desejo de abandono do
mundo corrompido e retorno à Morada do Pai Celestial.
A
doutrina Cátara, ao mesmo tempo radicalmente parecida e radicalmente diferente
do cristianismo “tradicional”, foi duramente perseguida, assim como todas as
doutrinas que se lhe assemelhavam, repetindo o mito platônico da caverna, no
qual os pregadores da luz além da caverna eram apedrejados pelos que se
acostumaram com o escuro.
Uma religião dualista, pregava a
extrema separação entre Matéria e Espírito: Deus é o criador de tudo, mas por
seu caráter benigno, a criação de Deus era pura, eterna, e imorredoura. O
Demônio tomou conta de parte da criação, e a perverteu ao seu modo,
aprisionando em seu reino os Anjos de Deus que passaram a ser sujeitos à
transitoriedade e à Morte – estes somos nós. O Demônio é o criador DESTE mundo terreno e da humanidade mortal. Estamos aqui aprisionados - sem mácula nem culpa, apenas vítimas do engano satânico de Jehova-Satanás, que pecou contra o Pai, o Deus Verdadeiro ao escravizar suas criaturas no sofrimento e na morte.
As várias e gritantes diferenças
com o cristianismo ortodoxo, e o apoio geral da população aos pregadores
Cátaros, cuja bondade e humildade contrastava com o ouro e arrogância da igreja
romana, gerou uma perseguição política e militar que terminou com uma cruzada,
onde os Cátaros foram passados ao fio da espada ou mortos em fogueiras, aos
milhares. Da longa perseguição e chacina, chegou a nós a canção de Joana [a
igreja Cátara], que viemos cantando há setecentos anos:
Quando o pastor retornou de seu
dia trabalhado
Encontrou sua esposa à lareira,
em terrível estado
"Se estás doente, me diga,
farei o seu jantar...
Uma sopa de repolhos, e legumes,
e o que eu encontrar!"
"Quando eu morrer, esposo,
enterra-me no celeiro.
Meus pés contra o muro, sob as
torneiras o meu cabelo.
E os peregrinos tomarão em suas
mãos a água santa,
Perguntando, 'quem morreu aqui?'
‘Foi a pobre Joana
Que subiu aos céus, está no
Paraíso com suas cabras!’"
Diversos
peregrinos, buscadores do Espírito, buscaram beber de tal água santa, e retirar
inspiração do que foi o Catarismo provençal, e sua mensagem espiritual. Hoje,
ele retorna, com uma mensagem consonante aos nossos tempos.
Guillaume
de Bélibaste, profeta cátaro, previu que o Catarismo retornaria após 700 anos;
e hoje, assim como na época em que se desenvolveu, há grande malícia e maldade
no mundo, um mundo no qual as pessoas não aguentam mais viver. O materialismo,
a malícia, o tirar vantagem em tudo, a nulidade e a perversidade que permeiam
todas as relações humanas, o apodrecer de tudo o que é puro e belo – enquanto
isto tudo assegura o domínio do Demônio sobre povos e almas, gera também uma
reação adversa, nos que ainda têm o Espírito forte o suficiente para enxergar,
no escuro, sua obra horrenda. Desta reação nasceu o Catarismo na Europa
medieval, desta reação surgiu o Catarismo sob outros nomes em outros lugares, e
desta reação ele há de renascer no século XXI. Breve a canção de lamento de
Joana será cantada apenas em memória do passado, e novos cantos de uma nova
pureza se erguerão de muitas gargantas, alçando voo rumo aos céus além dos
céus! Breve as pessoas tornarão a subir as montanhas sagradas, a banhar-se no
oceano em praias intocadas, em cantos à sagrada Pyrena, a Nossa Senhora Minne.
Esta
página tenciona ser o princípio deste renascimento. Seu nome, Katharisterion, em grego clássico significa Espaço de Purificação, o solo ritual onde o mundano e o transitório são abandonados por aqueles que rumam para o Sagrado, para o Céu além de todos os Céus.
A idéia inicial é criar um post por semana, mas dependendo da disponibilidade, o tempo pode ser maior ou menor. Colaborações e sugestões são extremamente bem-vindas, basta me contatar!
Entre
esta semana e a próxima, começaremos com a pré-história do Catarismo, da Cítia
Oriental aos Bogomilos, dividida em duas partes. A todos os interessados,
buscadores do Espírito ou andarilhos errantes, sejam todos bem-vindos, e que a
Luz de Kristos ilumine seus passos!
“Os Cátaros são um Amor demente, uma grandiosa revelação do derramamento do amor, uma nova visão do homem: limpo e purificado, assim como se manifesta nos modelos mais perfeitos ante o olhar perfeito das forças celestiais.
De fato, hoje em dia não sobrou nada dos Cátaros... parece que tampouco sobrou algum cátaro. Mas eu diria assim: não sobrou nada deste mundo, à parte do Catarismo...” (Yohann Bereslavsky)
I just found this!! I had not seen the address before but accidentally stubbled upon it, I look sooo forward to translating it, so far it looks so beautiful and rich in history, truth and authenticity. I hope you are well my Brother and hope you are closer to returning home to our mountain. May you be filled with much love and light always!!
ResponderExcluir